segunda-feira, 17 de maio de 2010

É a vez de a cebola apresentar preços recordes


O preço da cebola bateu recorde na última semana. Em Irecê (BA), a cebola teve aumento significativo de 43% na última semana em comparação com a anterior, com o quilo ultrapassando R$ 2,00 na roça. Esse valor, em termos nominais, é o maior já registrado pelo Cepea desde o início do levantamento, em 2001. Com as cotações em alta, alguns produtores estão mais otimistas com a safra após ser severamente prejudicada pelas chuvas de fevereiro a abril. Em 2010, a batata e o tomate também apresentaram recordes de preços, conforme os dados do Cepea.

Apenas a cenoura, dentre as hortaliças analisadas pela Hortifruti Brasil, é quem está devendo preços mais remuneradores ao produtor. E isso ainda pode demorar um pouco. As regiões produtoras de Minas Gerais, principal ofertante no momento, estão com a produtividade elevada favorecida pelas boas condições climáticas. Assim, os preços pagos ao produtor devem continuar limitados.

O clima também tem refletido em outros mercados. As temperaturas mais amenas, típicas de outono, influenciaram tanto no consumo como no desenvolvimento de alguns hortifrutis.

No caso do tomate, por exemplo, as temperaturas mais baixas diminuíram o ritmo de maturação dos frutos, o que fez com que produtores colhessem menos tomate e, consequentemente, destinassem menos oferta ao mercado doméstico. Nas regiões que produzem mamão, o clima mais frio também desacelerou a maturação, e a entrada de frutos mais verdes entraram no mercado, conforme comentaram atacadistas.

O atual clima é benéfico para o desenvolvimento de floradas em pomares de manga no estado de São Paulo. Enquanto as floradas em árvores de manga palmer já estão se antecipando, as de tommy atkins têm previsão para iniciar em junho.

No quesito consumo, as temperaturas mais amenas reduzem o consumo de hortifrutícolas, em especial o de frutas. É o que foi verificado nos mercado de uva, maçã, banana e melão.

Além do frio, preços mais altos de algumas frutas e hortaliças também pesaram nas compras do consumidor. Mesmo com menores preços nos últimos dias, a batata ainda encontra-se em patamares altos de preços: a saca de 50 kg chegou a ser comercializada por cerca de R$ 130,00 na Ceagesp (SP).

Paralelamente, as negociações no mercado de laranja seguem aquecidas, principalmente ao segmento industrial. Parte dos citricultores paulistas estão se remunerando melhor neste ano em comparação à 2009, pois os valores de contratos estão mais atrativos ao produtor neste ano – em conseqüência da menor produção mundial (São Paulo e Flórida). O anúncio da fusão de 2 das maiores empresas brasileiras de suco de laranja na última semana também devem agitar a citricultura.

Daiana Braga
Equipe Hortifruti Brasil

Nenhum comentário: