segunda-feira, 29 de julho de 2013

Frio traz danos à produção de frutas e hortaliças; PR é o mais afetado

Foto: Divulgação
 
Levantamento realizado pela Hortifruti Brasil constata que o frio intenso nas últimas semanas afetou a produção de cebola, tomate, uva e batata no Sudeste e Sul do País. Ainda é cedo para contabilizar a dimensão das perdas, mas poderá haver impacto na oferta. Algumas áreas de produção tiveram chuva forte, geada e até mesmo neve. No Paraná, foi registrada a ocorrência de “geada negra” (congelamento da parte interna da planta, que escurece e morre). 
 
Segundo apurou a equipe da Hortifruti Brasil, o clima adverso atrasou o transplantio de mudas de cebola nas regiões de Ituporanga (SC) e São José do Norte (RS). Em Irati (PR) e Lebon Régis (SC), onde o semeio já foi realizado, os bulbos podem demorar mais para atingir o ponto de maturação. Dessa forma, a colheita de cebola, que ocorreria em novembro, deve atrasar no Sul do País, principal produtor nacional de cebola.

Também houve perdas na safra de tomate em Reserva (PR). Alguns produtores adiantaram o transplantio para julho ao invés de agosto, com o intuito de escalonar a oferta. Boa parte dessa produção acabou sendo perdida por conta da geada – ainda não há estimativas que quantifiquem essas perdas. De acordo com produtores ouvidos pela Hortifruti Brasil, essas áreas perdidas deverão ser replantadas, o que provavelmente aumentará os gastos do tomaticultor paranaense. Já em outras áreas de produção de tomate, o frio tem apenas diminuído o ritmo de maturação dos frutos, acarretando em maior oferta de tomates verdes no mercado.

Com relação à uva, houve incidência de geada em alguns parreirais do Paraná, que produz uvas finas (itália) e niagara. Em Marialva, produtores que realizaram as podas afirmam que algumas videiras foram queimadas, e que as perdas serão contabilizadas a partir desta semana. Parte dos produtores do estado irá esperar o aumento das temperaturas para realizar novas podas, visando a safra do final de ano. Dependendo do impacto do frio para a safra de fim de ano, período de elevado consumo de uvas, o volume destinado ao mercado pode ser menor, aumentando os preços aos consumidor.
 
Alguns produtores de batata do Paraná, que pretendiam encerrar a safra da seca, tiveram que aguardar mais alguns dias por conta do frio. Choveu muito nas áreas de produção, limitando o acesso do agricultor ao campo. O plantio para a safra das águas 2013/14 não deve ser prejudicado, visto que as atividades terão início somente no começo de agosto.

Se para algumas culturas o frio trouxe prejuízos, para outras, como a maçã, chegou em boa hora. Os pomares estão em dormência e corriam o risco de apresentar brotação prematura. Com o frio, devem continuar em dormência, favorecendo os frutos. Esse período de frio é importante para que macieiras brotem mais uniformes.

No Nordeste, importante polo produtor de frutas, as temperaturas chegaram a cair um pouco, mas não foram prejudiciais à produção. No entanto, produtores nordestinos que enviam mercadorias ao Sudeste relataram que os pedidos foram reduzidos – o consumo de frutas cai com temperaturas baixas.

Os impactos do frio não chegaram a refletir diretamente em aumentos dos preços dos hortifrutícolas. As baixas temperaturas nos principais centros consumidores inibem maiores compras do consumidor, o que acaba limitando um avanço nas cotações. A expectativa é que a volta às aulas possa modificar esse cenário, além do início do mês, aquecendo as vendas nas próximas semanas.

Daiana Braga – Equipe Hortifruti Brasil

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