segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Veja o que o clima já impactou nos hortifrutícolas


O forte calor, recorde das últimas décadas, e a falta de chuva já estão causando prejuízos ao setor de frutas e hortaliças. E especialistas em meteorologia ainda não sabem dizer com clareza quando as chuvas retomarão seu regime normal, nem qual o volume que poderá ocorrer. O cenário climático ainda não deverá mudar nesta semana, mas precipitações um pouco mais volumosas poderão ocorrer a partir de meados da semana que vem, mas ainda não compensarão o déficit hídrico que o País enfrenta.

As regiões hortifrutícolas que têm recebido maior volume de chuva são parte do Nordeste e o extremo sul do Rio Grande do Sul.

A HF Brasil tem ouvido produtores e demais envolvidos na produção e comercialização de hortifrutícolas, e os impactos do clima estão a seguir.

 
Falta de água reduz rendimento das frutas, mas beneficia produção de manga
 
Reservatórios de água em seus mais baixos níveis, que impedem a irrigação, coloração inadequada e maturação precoce (que acarreta em menor calibre) são os principais impactos causados às frutas analisadas pela HF Brasil.
 
Por mais que a água seja necessária, a ausência dela ainda não tem sido um grande problema aos produtores paulistas de manga. O clima quente e seco tem, inclusive, ajudado na qualidade da manga nesta safra, como em Monte Alto/Taquaritinga. As mangas estão se desenvolvendo com boa qualidade, sem apresentar doenças. No entanto, algumas mangas estão sendo colhidas ainda verdes. 

Já para parte dos produtores de melão de Mossoró (RN) e Quixeré (CE) já reduziu o plantio por conta da escassez de água. Isso porque a água dos reservatórios estão nos seus mais baixos níveis históricos. Conforme produtores, o ideal seria que chovesse 800 mm para normalizar o nível dos reservatórios da região.

Nem mesmo as regiões mais frias do Sul conseguiram escapar do forte calor – o Sul registra as maiores temperaturas em relação às demais regiões do País. A safra de maçã do Sul tem intensificado a cada semana, e as primeiras galas colhidas estão apresentando cor mais amarelada por conta das altas temperaturas. Para que a maçã obtenha coloração mais avermelhada, são necessárias temperaturas mais baixas durante a noite, o que não tem ocorrido. Outra fruta que também está com coloração afetada é a uva de São Miguel Arcanjo e Pilar do Sul (SP). A variedade mais afetada é a rubi, que está mais branca que o comum. Muitas bagas também estão murchando. 
 
A banana e o mamão são frutas que estão alcançando a maturação ideal para mercado, acelerada pelas altas temperaturas, mas estão apresentando tamanho abaixo do ideal. Tem sido registrado menor peso por cacho de banana colhido, o que reduz a produção por hectare. Quanto ao mamão, alguns pés no Espírito Santo que estavam encharcados, morreram. Vale lembrar que o cenário foi o oposto no ES em dezembro: enchentes causaram perdas de área no estado.

Para a manga e para os citros (laranja e lima ácida tahiti), sobretudo os produzidos no estado de São Paulo, as frutas já estão perdendo o vigor. As laranjas colhidas estão ficando murchas, sobretudo as tardias. Ainda não há relatos de fortes impactos da seca sobre a atual produção paulista, mas já há receio sobre a próxima produção 2014/15, cujas laranjas já estão em fase de desenvolvimento. A lima ácida tahiti, em plena safra, também está murchando e com menor calibre.

 
Dentre as hortaliças, cenoura é que apresenta menores perdas

A cenoura é uma das culturas beneficiadas pelo atual clima seco e quente. Pouco tem sido o descarte nas roças de Minas Gerais e de Goiás, e a produtividade tem sido elevada. A previsão era que este início da safra de verão 2013/14 fosse quente e chuvoso, o que compromete a produção. Além disso, houve inclusive redução dos problemas no pós-colheita, como a mela, já que há pouca umidade.

Ao contrário da cenoura, produtores de batata de Ibiraiaras (RS) já somam perdas de cerca de 60% da colheita realizada no fim de janeiro, por conta da redução na qualidade – muitas batatas estão apodrecendo, perdendo seu valor comercial. As folhosas, bastante sensíveis quanto ao atual clima, são as mais afetadas pelo clima. Estão ficando ressecadas e murchas, e chegam ao mercado com baixa qualidade, quando chegam.

O regime insuficiente de chuva pode fazer com que o calendário de colheita de tomate e cebola seja alterado neste ano. Cerca de 20% das mudas de tomates referentes à próxima safra de inverno deveriam ser levadas a campo neste mês, mas caso as chuvas não voltem de maneira regular, a porcentagem pode reduzir. Quanto aos tomates ofertados no mercado, referentes à safra de verão, parte dos frutos estão maduros, mas de cor amarelada.

O plantio da cebola de variedade bulbinho em Divinolândia e Piedade (SP) também está atrasado. O solo seco e a falta de água impedem o início do plantio, e ainda não há previsão para o começo das atividades.

Daiana Braga – Equipe HF Brasil

Um comentário:

Anônimo disse...

GOSTARIA DE SABER COMO ESTAR O PLANTIO DE CEBOLA EM MONTE ALTO E PIEDADE, AMBOS MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, E QUANDO COMEÇARÁ A COLHEITA. NO CASO DE CHUVA, SE VAI ATRAPALHAR NA PRODUÇÃO. GOSTARIA TAMBÉM DE SABER QUAL A PREVISÃO DE PREÇO DO SACO CEBOLA DE 20KL NO MÊS DE MAIO E JUNHO DE 2014.